terça-feira, 26 de julho de 2016

Portuguesa x Tombense: Noite de terror no Canindé



Alguns amigos torcedores da Portuguesa afirmam, com toda a propriedade, que a Lusa é o mais triste fado já escrito. Uma triste constatação que se agrava a cada partida do time na atual Série C do Brasileiro. E mais um destes capítulos repletos de drama foi escrito na partida contra o Tombense. Daria para falar do escudo errado no ingresso, do surreal leitão servido nas numeradas, mas tudo isso ficou em segundo plano.

Em campo, a equipe do Canindé ofereceu pouca resistência aos adversários, senhores absolutos do duelo. Os mineiros ganharam por 2 a 0 sem esforço, tamanha a incapacidade da Portuguesa criar alguma chance real de gol. Pelo contrário: os donos da casa mal conseguiam trocar passes simples. O técnico Jorginho, que comandou aquela famosa Barcelusa, não merecia passar por esta humilhação com um elenco abaixo da crítica.

Fora de campo, a situação da Lusa torna-se ainda mais digna de pena. Basta andar pelo clube para ver seu completo abandono. No dia do jogo, quem foi à tribuna ou às cabines de imprensa foi obrigado a subir uma longa escadaria – o elevador estava quebrado. Nem vou me ater às gambiarras elétricas, infiltrações (que transformam o teto em cachoeiras) e total esculhambação de uma área dita nobre do estádio. A falta de segurança não se resume apenas às péssimas instalações.

Quando a partida já rumava para seu final, eis que começam a estourar algumas bombas do lado de fora do estádio. Já pensava na dificuldade de passar pelo tumulto para voltar para casa quando ouvi um estrondo mais forte. Era uma bomba jogada a poucos metros de onde eu estava. Logo em seguida, barulho de socos e pontapés na porta do camarote da diretoria da Portuguesa. Sim, torcedores haviam invadido a tribuna atrás de alguém.

E eles foram de porta e porta, com uma delicadeza ímpar. Chegaram até onde eu estava. Eram quatro. Gritaram alguma coisa que não me lembro. Só pensava que, se eles partissem para a porrada, eu pularia para a arquibancada. Felizmente, eles foram embora sem fazer nada, mas continuaram sua caçada.

Não havia qualquer segurança nas tribunas, muito menos policiais. Ao final do jogo, bati o recorde mundial de descida de escada. Qual não foi a minha surpresa ao chegar ao térreo e ver pelo menos seis PMs trancando a saída! Alguns membros da delegação do Tombense, assustados com tudo aquilo, apenas queriam sair dali, mas os policiais estavam dispostos a impedi-los. Foi necessária a intervenção de alguém da Portuguesa para, enfim, liberá-los – e eu também.


Mal deu tempo de encontrar os amigos no portão, quanto mais procurar ingressos. Saímos depressa do meio da confusão. Com muita sorte, encontrei este bilhete que ilustra o post. Nunca havia passado tanto medo em um estádio como naquela noite. Se já estava chateado por ver como a Portuguesa está definhando, tive a certeza de que ela está se afundando em um caminho sem volta.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Juventus x Inter de Limeira: Javari gourmet, Márcia Imperator e lei de Gil em alta



Ir à Javari perdeu muito de sua graça de outros tempos. Hoje, a casa do Juventus está infestada de hipsters mais preocupados em publicar fotos no Instagram do que com o jogo em si. Estes neojuventinos nem se importam em perder mais de meia hora de jogo apenas para comprar um bendito de um canole. Tudo para manter o status de cult, mesmo sem saber até o nome dos times que estão se enfrentando.

Em meio a um bando de gente ostentando suas camisas retrô e tirando selfies a cada 30 segundos, estive no estádio para acompanhar a partida entre Juventus e Internacional de Limeira pela A-3 do Paulista. O time da Mooca havia montado um elenco muito bom, com Gil, o legislador, e o ex-santista Adiel como seus principais destaques. O favoritismo ao acesso se confirmou com uma bela atuação naquela tarde.

O Juventus não tomou conhecimento do bom time do interior e goleou por 4 a 0. Um dos gols foi marcado por Gil, e foi intensamente comemorado por Márcia Imperator, a famosa atriz que fez a alegria de muito marmanjo por aí. Tenho certeza de que ela sabia a escalação das duas equipes de cor, incluindo os reservas.


Como esperado, o time da Mooca confirmou as previsões e subiu para a segunda divisão. Até lá, porém, houve um festival de bobagens promovido pela tal ‘mídia especializada’, aquela que só dá notícias de clubes menores em tom de escárnio. E tome Gil se entupindo de esfihas, ‘jornalista’ vomitando groselha e outros absurdos que só reforçam esta gourmetização da Javari. Pelo menos a Márcia poderia aparecer mais vezes por lá...

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Fla x Flu à paulista: Só faltou o ‘bixcoito’ Globo



Imagino que todos aqueles que curtem futebol tenham entre seus sonhos assistir a um Fla x Flu no Maracanã. Não seria diferente para mim, mas tive o prazer de realizá-lo em parte em uma partida surreal. Afinal, não é todo dia que se tem uma partida do Campeonato Carioca disputada em... São Paulo.

E não haveria palco mais adequado para abrigar este clássico do que o Pacaembu. Foi absolutamente mágico ver toda aquela multidão tomar conta das arquibancadas em um clima que lembrava muito o da Copa do Mundo realizada por estas bandas: torcedores felizes, indo juntos para o estádio, mesmo torcendo para times diferentes.

Talvez esta tenha sido uma peculiaridade por termos um clássico carioca em terras paulistanas - ainda mais após presenciar cenas de pura selvageria no mesmo Pacaembu poucos dias depois, no clássico Palmeiras x Corinthians. Mas posso dizer que aquele clima diferente do Fla x Flu paulistano poderia durar por muito mais tempo.


Uma pena que o jogo em si não tenha colaborado muito. Foi um 0 a 0 digno de um bocejo gigante. Se o gol não saiu, ao menos voltei para casa com a sensação de dever cumprido. Agora, preciso mesmo conferir um Fla x Flu no Mário Filho, quem sabe com este mesmo ar tão bacana vivenciado em São Paulo. E, claro, este ingresso tem lugar especial dentro da minha coleção.

sábado, 21 de maio de 2016

Audax x Santos: Estádio limpo sempre faz a diferença



Tenho grande apreço pelo estádio José Liberatti. Além de ser relativamente perto de casa, o estádio de Osasco é um paraíso para um colecionador de ingressos. Explico: o eficiente sistema de limpeza de lá funciona tão bem que permite encontrar ingressos de vários jogos por lá. Quem passa por lá em setembro, por exemplo, acha facilmente coisas do Paulistão espalhadas pelas arquibancadas.

E foi em uma dessas visitas que encontrei uma peça importante da minha coleção. Não pude ir ao primeiro jogo da decisão do Campeonato Paulista entre Audax e Santos, mas sabia que o ingresso dessa partida histórica estaria em minhas mãos sem grandes problemas. Na mesma semana, fui assistir à peleja entre Osasco FC x Amparo, pela Quarta Divisão estadual, com a certeza de que voltaria para casa com este pequeno tesouro.

Nem foi preciso procurar muito. Nos primeiros passos dentro do estádio, deu para perceber que o pessoal da limpeza me ajudou mais uma vez. E lá estava este ingresso, em excelentes condições, apenas me esperando. O trabalho de arqueologia fica bem mais fácil assim, não é? O Audax não levou o título, mas sua primeira final na A-1 (ainda mais jogando em casa) merece entrar para a história.


Não achei ingresso de Osasco FC x Amparo naquele dia, mas isso não me chateou. Contei mais uma vez com a inestimável ajuda do pessoal da limpeza do José Liberatti para que ele também entrasse para a coleção. Demorou um pouquinho, mas consegui dois dos 41 bilhetes vendidos para aquele jogo. Mas isso fica para outro post.