terça-feira, 26 de agosto de 2014

Chicabon, Copa e um troféu da sorte


Parafraseando Nelson Rodrigues, sem sorte você não consegue ser um colecionador de ingressos. Muito embora me falte experiência e grandes negociações por raridades, devo me considerar um sujeito de sorte. Os amigos mais próximos já conhecem a “fama” e nem se espantam mais, mas eu ainda me surpreendo com algumas coisas que só acontecem comigo. O ingresso que ilustra este post é um belíssimo exemplo.

Brasil e Sérvia se enfrentaram em 6 de junho de 2014, uma sexta-feira. no Morumbi. Era o último amistoso da seleção brasileira antes de sua estreia na Copa do Mundo, no dia 12, contra a Croácia, no Itaquerão. Não pude ir à peleja no estádio tricolor e apenas me conformava com o relato dos amigos que lá estiveram. Paciência, ossos do ofício.

Seis dias depois, chegava o momento da tão aguardada abertura do Mundial. Saí do trabalho por volta das 14h e rumava para a casa dos meus pais. Uma caminhada de uns 15 minutos, mais ou menos. Aquele clima de festa, com pessoas de verde e amarelo pelas ruas, bares já lotados e tudo mais. Quando estava me aproximando de um barzinho perto da Faria Lima, aconteceu.

Não sei o que me levou a olhar para o chão, à direita. Ele reluzia, se destacando dos demais pedaços de papel jogados ali perto de uma pracinha. Já tinha visto algo parecido em algum lugar... Quando o peguei, mal pude acreditar: um ingresso, em excelente estado de conservação, de Brasil x Sérvia!


Acredito que algum cliente do barzinho ali da frente o tenha deixado cair quando chegou lá para ver a abertura da Copa. Afinal, nenhum ingresso estaria em tão bom estado se passasse por seis dias de sol, vento, chuva, pisões e sujeira. Naquele dia, minha Copa estava ganha – e com direito a levar um valioso troféu para casa, com espaço especial na minha galeria.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Massacre espanhol? O que vale mesmo é o carisma do Taiti



A menos de um mês do pontapé inicial para a Copa do Mundo, a expectativa já toma conta deste que vos escreve – não apenas pelo lado profissional, mas também pela ansiedade de tentar assistir a uma partida do Mundial in loco. Em 2013, a Copa das Confederações foi um belo aperitivo do que virá e, embora eu não tenha ido ao estádio para acompanhar a competição, ela tem seu espaço garantido na minha coleção de ingressos.

Se por um lado tive a satisfação de trabalhar na cobertura de um grande evento esportivo, por outro ficou uma pontinha de frustração; afinal, queria muito ver algum joguinho da Copa das Confederações, ainda mais com os relatos das aventuras vividas pelos amigos. E foi na redação que ganhei um belo presente do chefe Vinicius Mesquita: um ingresso de Espanha x Taiti, devidamente guardado como uma pequena relíquia.

Para os taitianos, disputar a Copa das Confederações foi a maior glória de sua história futebolística. A equipe da Polinésia Francesa sagrou-se campeã da Oceania em 2012 e veio para cá sem grandes esperanças. Enfrentar a campeã mundial Espanha no Maracanã, sem dúvida, foi um sonho realizado para atletas que dividem seu tempo entre a bola e seus empregos – o elenco contava com um contador, professores e até um alpinista.

Claro que a torcida adotou o Taiti como seu xodó. A simpatia apresentada pelos jogadores desde sua chegada ao Brasil cativou ainda mais o público, que teve até o herói Super Taiti (não é, Renato Rocha?) como uma mascote, digamos, pouco convencional. E ninguém, por mais fora da realidade estivesse, imaginaria algo diferente de uma goleada espanhola para cima dos polinésios.

E assim os gols saíram com naturalidade. Mesmo com um time misto, a Espanha tratou de abrir um 4 a 0 ainda no primeiro tempo. A Fúria voltou do intervalo com maior sede de gols e fez mais seis, dando números finais à peleja. A goleada de 10 a 0 nem arranhou a lua de mel entre brasileiros e taitianos, que já haviam apanhado da Nigéria (6 a 1) e levariam de 8 a 0 do Uruguai. Os placares pouco importaram; o título de seleção mais carismática já estava nas mãos do Taiti.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

San Marino, um sonho de consumo realizado


Para quem adora futebol alternativo (como este que vos escreve), a seleção de San Marino faz parte do topo da lista de sonhos de consumo. Afinal, a equipe é um tradicional saco de pancadas do futebol europeu e tem o carismático atacante Andy Selva como seu maior ídolo de todos os tempos. Não dá para deixar de simpatizar com um time assim, certo?

Ainda não tive o prazer de assistir a um jogo de La Serenissima, como também é conhecido o selecionado samarinês. Pelo menos tenho orgulho de ter em minha coleção um ingresso de uma partida deles. Esta possibilidade só me foi dada graças a Francisco Monteiro, colecionador de ingressos que tem uma vasta lista de contatos pelo mundo. Francisco tem uma história bacana sobre seu hobby, que foi contada pelo ótimo site Verminosos por Futebol. Para conferir, é só clicar aqui.

San Marino tem um dos currículos mais modestos da história do futebol mundial. Em 121 partidas oficiais, a equipe conquistou apenas uma vitória (contra o poderoso Liechtenstein) e três empates, com impressionantes 117 derrotas (!), a grande maioria de goleada. Os sanmarinenses fizeram parcos 20 gols e sofreram 527 (!!!). Selva, claro, é o maior artilheiro da seleção com oito gols marcados.

O ingresso que ilustra este post remete ao jogo contra a Irlanda do Norte no simpático estádio Olímpico de Serravalle. A partida, válida pelas eliminatórias da Copa do Mundo-2010, foi acompanhada por um público de 1.942 pessoas – menos da metade da capacidade total de 6.664 torcedores. Este foi o segundo confronto na história entre as duas seleções; os norte-irlandeses haviam vencido por 4 a 0 em outubro de 2008, pelas mesmas eliminatórias.

E não foi desta vez que os torcedores samarinenses voltaram para casa com a segunda vitória de suas vidas. Com o desfalque de Selva, San Marino sofreu mais uma derrota: a Irlanda do Norte venceu por 3 a 0 e manteve vivas suas esperanças de classificação para o Mundial na África do Sul. No final, a Eslováquia ficou com a vaga e a Eslovênia foi para a repescagem, quando também se classificou ao superar a Rússia.


O resultado não foi dos mais vergonhosos para San Marino; nestas eliminatórias da Copa-10, La Serenissima ainda apanhou de 10 a 0 da Polônia, de 7 a 0 da Eslováquia e da República Tcheca e de 5 a 0 da Eslovênia. Nem precisa dizer que eles foram os lanternas de sua chave, para variar. Quem sabe a segunda vitória do selecionado samarinês não está reservada para minha visita ao estádio de Serravalle?

terça-feira, 18 de março de 2014

Dr. Brown na Bengala Azul? Tudo é possível em São Caetano

Assistir a uma partida no Anacleto Campanella significa ter uma chance de trombar com o DeLorean parado no estacionamento. Ou então ver que o doutor Emmett Brown está lá no meio da torcida Bengala Azul enquanto Mart McFly tenta resolver algum problema. Não entendeu nada? Bom, sempre que vou ao estádio da cidade de São Caetano do Sul tenho a nítida sensação de voltar ao tempo.

A história do ingresso que ilustra este post é uma das mais simbólicas deste “De volta para o futuro” no Anacleto. Fui lá no dia 12 de fevereiro para acompanhar à peleja São Caetano x Mirassol, pela Série A-2 do Paulista. Enquanto aguardava o início do jogo, caminhei pelas arquibancadas do estádio, que já esteve apinhada de gente em jogos da Libertadores e hoje vê alguns abnegados que sofrem com o declínio do Azulão.

O curto passeio valeu a pena: o ingresso de São Caetano x Guaratinguetá, realizado onze dias antes, estava jogado em um canto. Fiquei surpreso pelo excelente estado de conservação do bilhete, já que neste intervalo de tempo houve um sol de rachar e chuvas dignas de um dilúvio. Ainda encontrei mais ingressos de partidas passadas, mas elas ficam para outro post.

E esta não foi apenas uma coincidência, nem a primeira vez na qual encontrei um ingresso de jogo mais antigo ali. Em minhas investigações para descobrir a razão deste fenômeno (sim, o lado jornalista também trabalha nas horas de folga), vi que o segredo de tudo está em uma das catracas do Anacleto, que por algum motivo “engole” alguns ingressos, que depois são descartados – para minha satisfação, claro.


No jogo em si, o São Caetano obteve uma vitória suada por 1 a 0, com o único gol da partida marcado nos acréscimos do segundo tempo. O público pagante de 268 pessoas só não imaginava que o time do ABC lutaria para evitar o segundo rebaixamento seguido no estadual, devido aos péssimos resultados nas rodadas seguintes da A-2.

terça-feira, 11 de março de 2014

Raridade encontrada no ralo do estádio

Nem sempre obtenho os ingressos da minha coleção de uma maneira, digamos, ortodoxa. A grande maioria deles foi encontrada nas arquibancadas, esquecidos por algum torcedor que pouco se importava com aquele pedaço de papel. O bilhete retratado neste post foge um pouco desta regra: ele foi encontrado em um ralo na Arena Barueri.

Antes que alguém pense “nossa, que coisa nojenta”, uma explicação. O ingresso não estava em um ralo de banheiro, com ratos, baratas e outras cositas mas. Em torno do gramado da Arena Barueri, existe uma espécie de canaleta para conduzir a água da chuva. Durante o intervalo de Sport Barueri x Joseense, em 24 de julho de 2012, caminhava tranquilamente do lado de fora do campo quando encontrei o referido ingresso da partida realizada quase uma semana antes.

O jogo entre Sport Barueri e São Vicente, válido pela segunda fase do Campeonato Paulista da Série B (a quarta divisão estadual), terminou com a goleada por 4 a 0 da equipe do litoral. Os dois clubes se classificaram para a fase seguinte da competição e voltariam a se enfrentar na quarta e decisiva fase. O placar apontou o triunfo por 2 a 0 do São Vicente, que encaminhou seu acesso para a terceira divisão. Já o Sport Barueri viu frustrado seu sonho do acesso.

O mais intrigante de toda a história, além de saber como é que aquele ingresso foi parar no ralo do estádio, é ver o borderô do jogo. Foram vendidas apenas dez entradas para o setor indicado no bilhete – ou seja, tive uma enorme sorte de encontrá-lo por conta de sua raridade e pelo excelente estado de conservação apesar da forma como foi encontrado.


Enquanto tentava desvendar o mistério do ingresso, acompanhei o restante do jogo Sport Barueri x Joseense, que terminou empatado por 1 a 1. Um bom jogo, com público ainda menor (118 pagantes contra 137 da semana anterior), mas voltei para casa sem achar bilhetes daquele dia. Talvez encontrasse algum se voltasse à Arena Barueri na semana seguinte...

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Mulheres, goleada e Pacaembu às moscas

Muita gente só se lembra que o futebol feminino existe apenas durante as Olimpíadas. E quando a seleção brasileira perde a chance de disputar a medalha de ouro, chovem críticas às jogadoras. Só que, na hora de incentivá-las e dar o apoio de que elas tanto necessitam, a grande maioria pula fora. A grande imprensa e o público ignoram completamente os torneios femininos disputados por aqui, mas são os primeiros a apedrejar as atletas que mal aparecem nos jornais, TVs e portais nas derrotas. Valorizar os campeonatos locais é o primeiro passo para desenvolver o futebol feminino no país, encorajar mais meninas a jogar e criar uma torcida mais responsável e consciente.

Desabafo feito, vamos a mais um ingresso da minha coleção. Este é bem raro por alguns motivos. Geralmente, a entrada é gratuita em partidas de futebol feminino. No Campeonato Paulista, por exemplo, basta se preocupar em pegar um bom lugar na arquibancada para acompanhar os jogos. Na Copa do Brasil, a história é outra – e foi assim que este ingresso do duelo Centro Olímpico x Kindermann (SC) veio parar na minha lista.

Outras peculiaridades marcaram este jogo. O duelo foi disputado às 19h30 de uma segunda-feira, um dia completamente atípico para uma partida de futebol. Apesar do excelente horário, o público foi de pouco mais de 200 pessoas. Dentro do Pacaembu, porém, a sensação de completo abandono criava uma atmosfera triste. Certamente muitos que passavam pela praça Charles Miller naquele horário nem imaginavam que a bola estava rolando lá dentro do estádio.

E havia um brinde para quem comprou o ingresso: no intervalo, foi sorteada uma camisa da Maurine, lateral direita do Centro Olímpico que já vestiu a camisa da seleção brasileira e é considerada como uma musa – ainda mais após fazer um ensaio sensual. Como fui ao Pacaembu com mais alguns amigos, todos estavam na expectativa para levar o brinde para casa. Infelizmente, nenhum de nós ganhou, mas passou raspando.


Vale ressaltar que o público (formado em sua grande maioria por parentes e conhecidos das jogadoras) acompanhou uma goleada por 6 a 0 do Centro Olímpico, que deixou encaminhada sua vaga para as semifinais da Copa do Brasil – quando foi eliminada para o Vitória-PE. Também acompanhei este jogo (1 a 0 para o Vitória), mas não tenho o ingresso dele. No fim do ano, consegui outro com muita sorte, mas esta é uma história para outro post.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Maestro encontrado por acaso



Nem todos os ingressos da minha coleção são de partidas às quais acompanhei in loco. Alguns foram doados por amigos, outros vieram por trocas, mas este chegou até mim de uma forma diferente. E veio em ótima hora, já que é de um jogo ao qual queria muito assistir no estádio.

Como sou jornalista, o fim de semana nem sempre significa descanso. Em um dos meus plantões, em setembro de 2012, o São Paulo encarou o Cruzeiro pelo Campeonato Brasileiro no estádio do Morumbi. Antes da partida, houve a apresentação de Paulo Henrique Ganso à torcida, com direito ao mascote são-paulino se vestir como um maestro para exaltar o novo camisa oito tricolor.

Assisti à festa pela TV, enquanto me dividia entre as inúmeras tarefas de um plantão corrido. Entre um relato de jogo gringo e atualizações do álbum de fotos de futebol internacional, pude ver o único gol marcado no Morumbi. Após uma bola mal afastada pelo goleiro Fábio, Osvaldo apareceu para cabecear para as redes e definir a vitória tricolor por 1 a 0. Vale lembrar que Luis Fabiano não jogou – em seu lugar, atuou Willian José.

Alguns dias se passaram e nem fazia idéia de que o ingresso desta partida cairia nas minhas mãos assim, de bandeja. Uns 20 dias depois da vitória são-paulina, estava voltando para casa após mais um dia de trabalho, caminhando tranquilamente pela avenida Faria Lima. Na época, havia um mini-terminal de ônibus no canteiro central. Estava me aproximando da gigantesca fila de passageiros da linha que ia para o Jardim Ângela quando olho para o chão e...


Bom, obra do acaso ou não (tanto pela data quando o encontrei, como pelo seu estado intacto no meio de um lugar tão movimentado), este é um dos meus ingressos preferidos da coleção.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Calor, caravana e bronze em uma tarde em Bauru



Até hoje, fui apenas uma vez a um estádio do interior para acompanhar uma partida de futebol. Foi em 1997, ano no qual estudei na Unesp, em Bauru. Minha passagem pela “cidade sem limites” durou alguns meses, já que em 1998 voltei para a capital para prosseguir meus estudos. Antes disso, porém, precisava cumprir uma missão: conhecer o estádio local.

A oportunidade apareceu durante a disputa da série A-2 do Campeonato Paulista. Torcedor doente do Comercial, o amigo Daniel Perassolli usou todo seu poder de persuasão para montar uma caravana para lotar o estádio Alfredo de Castilho para incentivar o time de Ribeirão Preto. A imensa caravana contou comigo e com outro amigo, Victor.

Para quem não conhece Bauru, a cidade fica na região central do Estado, a pouco mais de 300 km da capital. Se você vai para lá algum dia, tenha em mente uma coisa: prepare-se para enfrentar uma das temperaturas mais infernais do mundo. Lá, o sol arde a tal ponto de ser quase impossível não se sentir um frango assando naqueles fornos de padaria.

E foi nesse clima agradável que rumamos para o estádio. Como ficamos na arquibancada, encaramos o forte calor para assistir à tranquila vitória do Norusca por 3 a 0. Para desespero do Daniel, que tentava em vão gritar para o goleiro Buzetto, o ídolo do meu amigo teve uma tarde infeliz e uma atuação bem ruim.
Saímos do estádio com o bronzeado renovado e o singelo ingresso como recordação daquela tarde. Bons tempos nos quais você desembolsava apenas R$ 5 para assistir a uma partida de futebol.


terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Calvário palmeirense tem cara e assinatura


O post de hoje tem um uma participação mais do que especial. O amigo Bruno Cerboncini gentilmente me presenteou com alguns ingressos e um deles ilustra este texto. Ele esteve em um decisivo Palmeiras x Sport, em outubro de 2003, nas rodadas derradeiras da Série B.

Para os palmeirenses, o pesadelo de disputar a segunda divisão estava perto do fim, mas se repetiria dez anos mais tarde. Antes de entrar na história do jogo em si, reparem como o ingresso é bem bacana. Nele, está impressa a foto do meia Diego Souza (saudades?), assim como alguns dados pessoais e a assinatura do jogador. Sem dúvida, um motivo extra para motivar os torcedores a guardar os bilhetes.

A partida em si valeu pela quarta rodada da segunda fase – composta por oito times, divididos em quatro grupos cada um. O Palmeiras havia vencido seus três jogos anteriores e, caso conquistasse mais um triunfo, avançaria para o quadrangular final. Sport, Brasiliense e Santa Cruz estavam com três pontos.

Mais de 27 mil pessoas (inclusive o Bruno) lotaram o Palestra Itália na esperança de ver o calvário ficar mais perto do fim. O que a massa palmeirense acompanhou não deixa de ser algo importante: a primeira derrota do Palmeiras em casa naquela Série B, acabando com uma série invicta de 14 partidas.

Vagner Love abriu o placar para o Palmeiras; Gaúcho e Weldon viraram o placar ainda no primeiro tempo para o time pernambucano. Na segunda etapa, Edmilson empatou e Cléber, aos 38min, fez 3 a 2 para o Sport. A quatro minutos do fim, Love teve a chance de deixar tudo igual em cobrança de pênalti, mas bateu mal e o placar não mudou.

No fim das contas, a derrota em casa não atrapalhou a caminhada palmeirense rumo ao retorno à Série A e ao título da segunda divisão. Para o Sport, o resultado foi crucial: o time chegou aos oito pontos, um a mais do que o Brasiliense, e avançou para o quadrangular final – no qual seu sonho de subir foi atrapalhado pelo Botafogo.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Briga de 'irmãos' e pênaltis emocionantes


Após um breve período de descanso, cá estou novamente para contar a história de mais um jogo a partir de um ingresso. Desta vez, um duelo que reuniu bizarrice e emoção pela semifinal da Copa Paulista-2013.

Vamos começar do começo. O jogo em questão foi o segundo duelo entre Audax e Grêmio Osasco, disputado no estádio Nicolau Alayon. Seria mais uma partida comum e esquecida pela grande mídia, mas um fato chamou a atenção. Poucos dias antes do confronto, o Grêmio Osasco fechou a compra do Audax, o que deixava um cheiro estranho no ar nesta semifinal.

No primeiro jogo, vitória do time osasquense por 1 a 0 na Rua Javari. O clima para a partida de volta era de dúvida: haveria um jogo de compadres? Na entrada do estádio do Nacional, já se podia notar uma diferença: os ingressos estavam sendo distribuídos ali, de graça, para quem quisesse. Consegui guardar o meu com o canhoto, como se pode ver na foto – o que o torna ainda mais especial.

As especulações aumentavam à medida em que o horário do jogo se aproximava. O campeão da Copa Paulista tem vaga assegurada na Copa do Brasil do ano seguinte. Ou seja, pouco importava quem vencesse ali no Nicolau Alayon: a certeza era de que um time da “família” estaria na grande decisão. Quando a bola rolou, o Audax foi superior e venceu pelo justo placar de 1 a 0. A vantagem só não foi maior graças às defesas de Yamada, aquele mesmo goleiro que passou pelo Corinthians.

A vaga para a final foi decidida nos pênaltis. E foi aí que presenciei uma das mais emocionantes disputas deste tipo. O Grêmio Osasco abriu uma vantagem de 3 a 1, com Yamada pegando duas cobranças. A reação do Audax teve o goleiro Felipe Alves como protagonista: ele também pegou dois pênaltis e a briga ficou novamente empatada.


Após uma longa série de cobranças, era chegada a hora de cada goleiro também chutar. Felipe Alves, com categoria, marcou; Yamada passou de herói a vilão ao bater para fora. Festa do Audax, vencedor por 8 a 7 e finalista da Copa Paulista pelo segundo ano consecutivo. E mais uma bela partida acompanhada com os amigos Fernando, Milton, Luiz e Cosme.