Parafraseando Nelson Rodrigues, sem sorte você não
consegue ser um colecionador de ingressos. Muito embora me falte experiência e
grandes negociações por raridades, devo me considerar um sujeito de sorte. Os
amigos mais próximos já conhecem a “fama” e nem se espantam mais, mas eu ainda
me surpreendo com algumas coisas que só acontecem comigo. O ingresso que
ilustra este post é um belíssimo exemplo.
Brasil e Sérvia se enfrentaram em
6 de junho de 2014, uma sexta-feira. no Morumbi. Era o último amistoso da seleção
brasileira antes de sua estreia na Copa do Mundo, no dia 12, contra a Croácia,
no Itaquerão. Não pude ir à peleja no estádio tricolor e apenas me conformava
com o relato dos amigos que lá estiveram. Paciência, ossos do ofício.
Seis dias depois, chegava o
momento da tão aguardada abertura do Mundial. Saí do trabalho por volta das 14h
e rumava para a casa dos meus pais. Uma caminhada de uns 15 minutos, mais ou
menos. Aquele clima de festa, com pessoas de verde e amarelo pelas ruas, bares
já lotados e tudo mais. Quando estava me aproximando de um barzinho perto da
Faria Lima, aconteceu.
Não sei o que me levou a olhar
para o chão, à direita. Ele reluzia, se destacando dos demais pedaços de papel
jogados ali perto de uma pracinha. Já tinha visto algo parecido em algum
lugar... Quando o peguei, mal pude acreditar: um ingresso, em excelente estado
de conservação, de Brasil x Sérvia!
Acredito que algum cliente do
barzinho ali da frente o tenha deixado cair quando chegou lá para ver a
abertura da Copa. Afinal, nenhum ingresso estaria em tão bom estado se passasse
por seis dias de sol, vento, chuva, pisões e sujeira. Naquele dia, minha Copa
estava ganha – e com direito a levar um valioso troféu para casa, com espaço
especial na minha galeria.
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