quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

A fantástica sopa de letrinhas de Ilhas Faroe



Quando comecei a colecionar ingressos de futebol (e isso não faz tanto tempo assim), imaginava como seria difícil conseguir algo de ligas pouco conhecidas pelo mundo. Foi uma tarefa complicada, mas rendeu frutos dos mais saborosos. É o caso do bilhete ilustrado logo acima. Alguém adivinha de onde é?

Sempre tive um carinho especial por equipes e seleções alternativas. Uma delas me chamou a atenção em 1990, e logo se tornou uma das ‘queridinhas’. Nas eliminatórias da Euro-92, a então novata equipe das Ilhas Faroe surpreendeu ao derrotar a Áustria por 1 a 0. E não dava mesmo para deixar batido um campeonato nacional cujos times formam uma ‘sopa de letrinhas’.

Nem preciso dizer a satisfação por ter em minha coleção um ingresso de um clássico de Tórshavn (capital faroesa): B36 x HB. Ou Bóltfelagið 1936 Tórshavn x Havnar Bóltfelag, na ‘tradução’ das siglas. Em 2003, as duas equipes fizeram uma disputa intensa pelo título nacional e o HB levou a melhor: com 41 pontos, quatro a mais do que o B36, levou a taça.


O ingresso é do jogo decisivo entre eles, válido pela penúltima rodada. O HB venceu por 2 a 0. Nos meus sonhos alternativos, ainda tenho alguma esperança de conhecer in loco, também, equipes como AB, EB, ÍF, KÍ, NSÍ, TB, B68, B71, MB...

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Argentina x Brasil? Melhor ver o Oeste de Itápolis de Osasco de Recife



Sexta-feira à noite. Perspectiva de chuva. Argentina x Brasil na TV. Ingredientes perfeitos para ficar em casa e se refestelar no sofá, certo? Bom, pode até ser, mas não para mim. Troquei o jogo das eliminatórias da Copa-2018 por algo mais interessante – e não me arrependo.

Fui para Osasco para acompanhar Oeste x Criciúma, um duelo direto entre equipes que brigam contra o rebaixamento para a Série C. Com seu estádio em reformas, o time de Itápolis manda suas partidas da Série B 2015 na cidade da Grande São Paulo. Obviamente, as partidas têm público beeem pequeno.

O jogo contra o Tigre não foi diferente. Quem olha o borderô se assusta: 5.080 ‘pagantes’, mas o público real era de umas 200 pessoas. ‘Culpa’ de uma promoção na qual você consegue um ingresso em troca de duas garrafas pet. Como geralmente acontece nesses casos, eu esperava pegar uma boa quantidade de bilhetes.

A expectativa se cumpriu, e ainda com uma surpresa. Basta ver a foto do ingresso no início do post. TODOS eram sobras de alguma partida do Sport e, como estavam sobrando (imagino eu), foram impressos para o Oeste mesmo. Para disfarçar, colaram a imagem de uma bola em cima do escudo do time pernambucano, mas não deu muito certo... E surgiu assim mais um surrealidade geográfica.


Pegar esses ingressos peculiares não foi difícil – complicado foi encarar a chuva torrencial que caiu na região do estádio. Para quem não conhece, o José Liberatti fica no Jardim Rochdale, área que sempre alaga com a chuva mais leve possível. Felizmente, desta vez não houve enchente. Após o empate por 1 a 1, voltei para casa com a sensação de dever mais do que cumprido. Seleção? Ah, o VT me mostrou que fiz bem em sair de casa.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

O ‘Magicopinho de Oz...asco’


Um colecionador que se preza não desiste nunca, mesmo na pior das adversidades, no obstáculo mais intransponível, ou na falta de perspectiva. O ingresso deste Grêmio Osasco x Cotia não é bonito, tampouco vem de uma partida de grande destaque. Mas tem grande destaque por sua história de sorte.

Em uma das minhas andanças futebolísticas, fui com alguns amigos ao estádio José Liberatti para acompanhar a peleja citada. Noite de terça-feira, dois times de pouquíssimo apelo e temos a receita pronta para um público muito pequeno: apenas 163 testemunhas compraram ingresso e viram o Cotia surpreender os donos da casa e vencer por 2 a 0.

Enquanto o jogo rolava, já sabia que minha missão de encontrar algum ingresso perdido seria praticamente impossível. Meio sem esperanças, circulei pelas arquibancadas durante o intervalo e o máximo que encontrei foi um bilhete completamente esfacelado. Juntei cada pedacinho e pensei ‘bom, pelo menos dá para colar com uma fita adesiva’. Já estava contente com aquele quebra-cabeças.

Ainda fiz uma nova busca após o fim da partida. Nada. Era hora de voltar para casa e tentar disfarçar a frustração. Quando estou para sair do estádio, fez-se a luz. Olhei para um canto e vi o copinho retratado no início do post. No lugar da água do Grêmio Osasco (outra genialidade), pouco mais de 50 (!) ingressos da partida. Inteiros. Claro, todos voltaram comigo. O copo? Virou um dos meus amuletos.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Na Ucrânia, vale cornetar no estádio. Mas não entre com buzina



Após uma longa ausência, escolhi um ingresso bastante interessante para retomar o blog em grande estilo (assim penso eu, hahaha). Difícil decifrar o que está escrito nele, não é? Este é apenas um dos detalhes que mais me chamaram a atenção – e, obviamente, colocam-no na galeria dos meus favoritos da coleção.

A genialidade contida neste ingresso vai além do alfabeto. Ele tem o escudo do time mandante, uma imagem do estádio, cores bacanas... Ah, e no verso temos ainda mais ingredientes bacanas: um mapinha colorido e, meu preferido, a lista de itens proibidos. É, não dá para entrar lá com um revólver, uma faca, garrafa, pasta 007, cigarro ou uma buzina...

E tudo isso impresso num papel decente, que vai durar por longos anos. Dá até tristeza se compararmos com alguns tipos de ingressos daqui, completamente sem cor, que se rasgam facilmente e, mesmo que você os conserve com todo cuidado, acabam se apagando e nem dê para ver de qual jogo era.

Bom, para matar a curiosidade, este ingresso veio de longe. É da Ucrânia, da partida entre Chornomorets Odessa e Hoverla Uzhorod, pela 14ª rodada da Premier League. Vitória por 2 a 1 de virada dos donos da casa, que terminaram o torneio na quinta posição (o Hoverla Uzhorod ficou em 12º). E os ingressos do Leste Europeu são mesmo bem legais – mas isso é assunto para postagens futuras.



quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Presente de aniversário


Aniversário. Um monte de gente que você mal conhece te manda uma mensagem apenas porque existe um aplicativo para lembrar “olha, hoje é dia do fulano. Escreva qualquer coisa só pra ser cool”. Há alguns anos, ficar mais velho deixou de ser sinônimo de bolo, guaraná e muito doce para mim, mas isso não vem ao caso agora. Passei a me dar um presente que certamente me deixa muito feliz – e, claro, que motiva este post.

Em 2014, meu aniversário caiu em um sábado. Não passei aquele 8 de fevereiro em uma balada, uma festa, nem soprando velinhas. O presente que me dei foi uma ida para o ABC. Mais precisamente, para São Caetano, acompanhar o duelo entre o Azulão e o Velo Clube pela Série A-2 do Campeonato Paulista.

Tem gente que vai achar maluquice e um absurdo completo. Não me importo. Cada minuto passado ali nas arquibancadas do Anacleto Campanella valeu bem mais do que breves instantes de abraços e cumprimentos feitos apenas para constar na súmula.

Foi uma excelente tarde de futebol, com um 4 a 0 do São Caetano, conversa em dia com os verdadeiros amigos e, além do ingresso que ilustra este post, ainda achei dois de jogos anteriores do time da casa. É, a dona sorte resolveu me presentear também...

Voltei para casa com espírito renovado. Obviamente, pessoas queridas me deram parabéns sinceros. Presentes? Alguns. Mas o melhor deles não veio embrulhado. Foi aquele que resgatou a magia que sentia quando minha idade ainda não obrigava minha mãe a colocar duas velinhas no meu bolo.

sábado, 24 de janeiro de 2015

'Barcelusa' campeã e abraço de Roberto Leal

2015 chegou e a esperança de novos tempos para a Portuguesa fica cada vez mais longe da realidade. Em situação crítica, o clube do Canindé passa por uma crise financeira e moral sem precedentes. Greves de funcionários, clube em estado de abandono, estádio sem manutenção... os problemas extracampo se acumulam, assim como as dívidas com jogadores e a inoperância de sua diretoria. Diante de um momento tão sombrio, vale a pena relembrar um momento glorioso da Lusa – e nem tão distante assim.

O ingresso que ilustra este post foi adquirido em um dia histórico. Foi a primeira vez na qual fui ao Canindé e o vi tomado por uma multidão rubro-verde. Mais de 12 mil torcedores acompanharam a partida contra o Sport, pela Série B do Campeonato Brasileiro. A expectativa era justificada: a Portuguesa estava prestes a se tornar campeã nacional.

O empate por 2 a 2 deu o inédito título ao clube rubro-verde, que ganhou o apelido de Barcelusa – tamanha sua superioridade sobre os rivais. Tempos em que Edno (‘Peledno’), Ananias (‘Ananiesta’) e companhia faziam a Lusa ser temida em campo. Que contraste com os tempos atuais...

O ingresso que ilustra este post é, por si só, histórico. Afinal, não é todo dia que se vê a Portuguesa campeã. E muito menos com a oportunidade de acompanhar a partida decisiva com Roberto Leal a poucos metros de você – e ainda ganhar um abraço emocionado do cantor logo depois do apito final. Para completar, ainda houve distribuição de brindes ao público, e saí de lá com o meu depois de uma autêntica disputa de MMA.


Hoje, a Portuguesa junta os cacos para não passar vergonha no Paulistão. Aquela época de festa passou e certamente vai demorar muito para voltar. Resta olhar para este pequeno cartão e fazer uma viagem no tempo para relembrar os dias de glória.