Até hoje, fui apenas uma vez a um
estádio do interior para acompanhar uma partida de futebol. Foi em 1997, ano no
qual estudei na Unesp, em Bauru. Minha passagem pela “cidade sem limites” durou
alguns meses, já que em 1998 voltei para a capital para prosseguir meus
estudos. Antes disso, porém, precisava cumprir uma missão: conhecer o estádio
local.
A oportunidade apareceu durante a
disputa da série A-2 do Campeonato Paulista. Torcedor doente do Comercial, o
amigo Daniel Perassolli usou todo seu poder de persuasão para montar uma
caravana para lotar o estádio Alfredo de Castilho para incentivar o time de
Ribeirão Preto. A imensa caravana contou comigo e com outro amigo, Victor.
Para quem não conhece Bauru, a
cidade fica na região central do Estado, a pouco mais de 300 km da capital. Se
você vai para lá algum dia, tenha em mente uma coisa: prepare-se para enfrentar
uma das temperaturas mais infernais do mundo. Lá, o sol arde a tal ponto de ser
quase impossível não se sentir um frango assando naqueles fornos de padaria.
E foi nesse clima agradável que
rumamos para o estádio. Como ficamos na arquibancada, encaramos o forte calor
para assistir à tranquila vitória do Norusca por 3 a 0. Para desespero do
Daniel, que tentava em vão gritar para o goleiro Buzetto, o ídolo do meu amigo
teve uma tarde infeliz e uma atuação bem ruim.
Saímos do estádio com o bronzeado
renovado e o singelo ingresso como recordação daquela tarde. Bons tempos nos
quais você desembolsava apenas R$ 5 para assistir a uma partida de futebol.