sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Calor, caravana e bronze em uma tarde em Bauru



Até hoje, fui apenas uma vez a um estádio do interior para acompanhar uma partida de futebol. Foi em 1997, ano no qual estudei na Unesp, em Bauru. Minha passagem pela “cidade sem limites” durou alguns meses, já que em 1998 voltei para a capital para prosseguir meus estudos. Antes disso, porém, precisava cumprir uma missão: conhecer o estádio local.

A oportunidade apareceu durante a disputa da série A-2 do Campeonato Paulista. Torcedor doente do Comercial, o amigo Daniel Perassolli usou todo seu poder de persuasão para montar uma caravana para lotar o estádio Alfredo de Castilho para incentivar o time de Ribeirão Preto. A imensa caravana contou comigo e com outro amigo, Victor.

Para quem não conhece Bauru, a cidade fica na região central do Estado, a pouco mais de 300 km da capital. Se você vai para lá algum dia, tenha em mente uma coisa: prepare-se para enfrentar uma das temperaturas mais infernais do mundo. Lá, o sol arde a tal ponto de ser quase impossível não se sentir um frango assando naqueles fornos de padaria.

E foi nesse clima agradável que rumamos para o estádio. Como ficamos na arquibancada, encaramos o forte calor para assistir à tranquila vitória do Norusca por 3 a 0. Para desespero do Daniel, que tentava em vão gritar para o goleiro Buzetto, o ídolo do meu amigo teve uma tarde infeliz e uma atuação bem ruim.
Saímos do estádio com o bronzeado renovado e o singelo ingresso como recordação daquela tarde. Bons tempos nos quais você desembolsava apenas R$ 5 para assistir a uma partida de futebol.


terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Calvário palmeirense tem cara e assinatura


O post de hoje tem um uma participação mais do que especial. O amigo Bruno Cerboncini gentilmente me presenteou com alguns ingressos e um deles ilustra este texto. Ele esteve em um decisivo Palmeiras x Sport, em outubro de 2003, nas rodadas derradeiras da Série B.

Para os palmeirenses, o pesadelo de disputar a segunda divisão estava perto do fim, mas se repetiria dez anos mais tarde. Antes de entrar na história do jogo em si, reparem como o ingresso é bem bacana. Nele, está impressa a foto do meia Diego Souza (saudades?), assim como alguns dados pessoais e a assinatura do jogador. Sem dúvida, um motivo extra para motivar os torcedores a guardar os bilhetes.

A partida em si valeu pela quarta rodada da segunda fase – composta por oito times, divididos em quatro grupos cada um. O Palmeiras havia vencido seus três jogos anteriores e, caso conquistasse mais um triunfo, avançaria para o quadrangular final. Sport, Brasiliense e Santa Cruz estavam com três pontos.

Mais de 27 mil pessoas (inclusive o Bruno) lotaram o Palestra Itália na esperança de ver o calvário ficar mais perto do fim. O que a massa palmeirense acompanhou não deixa de ser algo importante: a primeira derrota do Palmeiras em casa naquela Série B, acabando com uma série invicta de 14 partidas.

Vagner Love abriu o placar para o Palmeiras; Gaúcho e Weldon viraram o placar ainda no primeiro tempo para o time pernambucano. Na segunda etapa, Edmilson empatou e Cléber, aos 38min, fez 3 a 2 para o Sport. A quatro minutos do fim, Love teve a chance de deixar tudo igual em cobrança de pênalti, mas bateu mal e o placar não mudou.

No fim das contas, a derrota em casa não atrapalhou a caminhada palmeirense rumo ao retorno à Série A e ao título da segunda divisão. Para o Sport, o resultado foi crucial: o time chegou aos oito pontos, um a mais do que o Brasiliense, e avançou para o quadrangular final – no qual seu sonho de subir foi atrapalhado pelo Botafogo.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Briga de 'irmãos' e pênaltis emocionantes


Após um breve período de descanso, cá estou novamente para contar a história de mais um jogo a partir de um ingresso. Desta vez, um duelo que reuniu bizarrice e emoção pela semifinal da Copa Paulista-2013.

Vamos começar do começo. O jogo em questão foi o segundo duelo entre Audax e Grêmio Osasco, disputado no estádio Nicolau Alayon. Seria mais uma partida comum e esquecida pela grande mídia, mas um fato chamou a atenção. Poucos dias antes do confronto, o Grêmio Osasco fechou a compra do Audax, o que deixava um cheiro estranho no ar nesta semifinal.

No primeiro jogo, vitória do time osasquense por 1 a 0 na Rua Javari. O clima para a partida de volta era de dúvida: haveria um jogo de compadres? Na entrada do estádio do Nacional, já se podia notar uma diferença: os ingressos estavam sendo distribuídos ali, de graça, para quem quisesse. Consegui guardar o meu com o canhoto, como se pode ver na foto – o que o torna ainda mais especial.

As especulações aumentavam à medida em que o horário do jogo se aproximava. O campeão da Copa Paulista tem vaga assegurada na Copa do Brasil do ano seguinte. Ou seja, pouco importava quem vencesse ali no Nicolau Alayon: a certeza era de que um time da “família” estaria na grande decisão. Quando a bola rolou, o Audax foi superior e venceu pelo justo placar de 1 a 0. A vantagem só não foi maior graças às defesas de Yamada, aquele mesmo goleiro que passou pelo Corinthians.

A vaga para a final foi decidida nos pênaltis. E foi aí que presenciei uma das mais emocionantes disputas deste tipo. O Grêmio Osasco abriu uma vantagem de 3 a 1, com Yamada pegando duas cobranças. A reação do Audax teve o goleiro Felipe Alves como protagonista: ele também pegou dois pênaltis e a briga ficou novamente empatada.


Após uma longa série de cobranças, era chegada a hora de cada goleiro também chutar. Felipe Alves, com categoria, marcou; Yamada passou de herói a vilão ao bater para fora. Festa do Audax, vencedor por 8 a 7 e finalista da Copa Paulista pelo segundo ano consecutivo. E mais uma bela partida acompanhada com os amigos Fernando, Milton, Luiz e Cosme.